Ao fazer uso da Tribuna do Senado Federal nessa segunda-feira, 11, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) chamou a atenção para os indicadores ruins dos níveis de cobertura vacinal no Brasil e enfatizou que a Covid-19 ainda é uma ameaça presente na vida da população.
O parlamentar afirmou que o Ministério da Saúde, na semana passada, iniciou a campanha para a segunda dose da vacina bivalente contra a Covid-19, no entanto, observou que as estatísticas, mesmo com a primeira dose, os percentuais estão muito abaixo do que se espera. “Eu digo para vocês que a Covid não acabou. Morreram neste mês 232 pessoas de Covid”, informou o senador.
Confúcio Moura alertou para a existência de uma variante nova do vírus e pediu que o Ministério da Saúde reforce as campanhas informativas. “Então, há um sorotipo, uma variante do vírus nova que está ameaçando a população brasileira e mundial, e o Ministério da Saúde está colocando à disposição a segunda dose, inicialmente para aqueles idosos acima de 60 anos e aqueles que têm algum tipo de doença pré-existente. Não deixe de se vacinar!” apelou.
O senador lembrou do tempo em que clinicava no interior de Rondônia, quando a epidemia de paralisia infantil era uma realidade no Brasil e a vacina ainda não existia. “Infelizmente, têm caído os índices de vacinação de todas as vacinas no Brasil. Isso é algo inusitado e perverso. Eu me lembro que, quando comecei a minha profissão, nos anos 70, ainda peguei, em meu consultório, muitas crianças com paralisia infantil – muitas. E esses meninos hoje devem estar com 50 anos, hoje carregam suas muletas mundo afora, porque não existia ainda a vacinação, a gotinha salvadora, a Sabin, criada pelo cientista israelita”, disse o senador.
Segundo o parlamentar, embora tenha sido cruel com milhares de crianças brasileiras, a epidemia de paralisia infantil teve um efeito pedagógico muito importante. ”Com o advento da Sabin houve um incremento em massa no Brasil e os índices de vacinação melhoraram bastante, para todas as doenças passíveis de serem evitadas por vacinação. Mas agora, por último, parece que por ideologia ou recomendação política, a população não está levando as crianças, e nem os adultos estão se vacinando adequadamente, com certo medo. Medos bobos, sem sentido”, avalia.
Como médico, Confúcio Moura sabe do longo caminho que percorre um experimento tão complexo como a vacina, até chegar à população – e os cuidados que os órgãos de controle têm ao analisar a sua disponibilidade à população. “Uma vacina, para ser liberada para uso humano ou mesmo para uso animal, passa por profundas pesquisas e controles efetivos dos seus efeitos colaterais. Quando a vacina é disponibilizada para o uso, já está analisada suficientemente e com garantias para que a população faça uso”, esclarece o senador.
O momento é outro, a “politização das coisas” não tem mais sentido e a ciência está ao lado da vida, isso é fato, acredita Confúcio Moura. “Então, a minha recomendação é de que a população deve se vacinar. Quem tem menino pequeno que leve para ser vacinado com aquelas vacinas de rotina. E os adultos devem tomar as suas vacinas anuais. A gente deve acabar com esse negócio de colocar política em meio de vacina. Como é que pudemos politizar a vacina?”, Pergunta o senador
Ao encerrar, o senador lembrou do período em que presidiu a Comissão Mista do Congresso Nacional que acompanhou o governo no combate da pandemia da Covid-19. “Foi uma fase desafiadora, uma fase de grandes debates, quando o Governo precisava de recurso novo para comprar vacina. A nossa Comissão funcionou muito bem, muito ativa. O Ministro Paulo Guedes, à época, foi muito presente à nossa Comissão. E, de fato, o Congresso liberou, naquele momento histórico, aproximadamente R$700 bilhões para serem injetados na economia”, pontuou.
Assessoria