Inquérito investiga possível abate ilegal de onça-pintada por criador de suínos em Rondônia


O vídeo de uma onça-pintada sendo abatida por um suposto criador de suínos, em Rondônia, ganhou repercussão nas redes sociais nesta semana e gerou indignação entre os internautas. As imagens teriam sido feitas em Vilhena (RO), sul do estado, mas ainda não há confirmação se a gravação é recente e nem quem é o suspeito de ter matado a onça.

Diante da repercussão do caso, o Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quinta-feira (8) ter solicitado a abertura de inquérito policial para apurar um suposto caso de caça ilegal e porte ilegal de arma de fogo.

O pedido surgiu justamente após o vídeo repercutir nas redes sociais ao mostrar o abate da onça-pintada (espécie ameaçada de extinção). O animal teria sido morto pelo produtor rural em retaliação a um ataque anterior aos seus porcos.

A gravação que circula nas redes sociais mostra a onça-pintada sendo abatida enquanto estava em cima de uma árvore, aparentemente dormindo. Após o disparo, o corpo do animal cai no chão, já sem vida, e é atacado pelos cães de caça do atirador.

Segundo o MPF, mesmo em situações de ataque a rebanhos, as leis ambientais oferecem alternativas para evitar a morte do animal, como a comunicação ao órgão ambiental para tomar providências menos drásticas, como a sedação e captura do animal.


Onça estava em cima de árvore quando produtor rural atira — Foto: Reprodução

O caso é acompanhado pelo procurador da República Gabriel de Amorim Silva Ferreira. Ele aponta no pedido a necessidade de apuração do caso para identificar os responsáveis pelo abate ilegal da onça-pintada em Vilhena.




"O MPF visa garantir o cumprimento da legislação ambiental e a proteção da fauna silvestre, especialmente de espécies ameaçadas de extinção, como a onça-pintada. A legislação brasileira é clara quanto à proteção da fauna silvestre, exigindo autorização prévia do órgão ambiental competente para abater animais protegidos por lei. A onça-pintada é uma dessas espécies, conforme estabelecido pela Portaria do Ministério do Meio Ambiente. A morte do animal, sem essa autorização, configura crime ambiental, conforme estabelecido pela Lei 9.605/1998", diz.


G1/Ro