No interior de Rondônia um pecuarista, de 53 anos, vítima do golpe dos nudes, procurou a Delegacia de Polícia Civil em Ouro Preto do Oeste para comunicar um golpe depois de repassar R$ 54 mil para golpistas, e perceber que a trama não ia acabar, pois os estelionatários queriam que ele depositasse mais R$ 16 mil para encerrar de vez a falsa denúncia contra ele.
A engrenagem do golpe praticado no ambiente virtual envolveu uma mulher, que depois virou menor de idade, e um falso delegado que gravou vídeo para o pecuarista para intimidá-lo, além de os golpistas envolverem o nome do Conselho Tutelar.
De acordo com o pecuarista, o envolvimento com a mulher começou no sábado, ela mandou nudes para ele e pediu nudes de volta, sendo prontamente atendida.
Ainda segundo o denunciante, após a troca de nudes a mulher disse que queria vir morar com ele. O pecuarista então enviou a quantia de R$ 220,00 para ela por transferência via Pix. No mesmo dia ela enviou mensagem dizendo que era menor de idade e ao chegar na rodoviária não venderam a passagem para ela embarcar.
No domingo, entrou em cena outro estelionatário se passando pelo delegado de polícia Ranan Balbino, e que pelo fato da moça com quem o pecuarista trocou nudes é menor de idade, e que ele seria preso se não fizesse um acordo e depositasse 50 salários mínimos de uma “determinação judicial”, e ainda deu um desconto e o valor ficou em R$ 54 mil.
Primeiro, delegado de polícia não faz acordo por telefone nem presencialmente, em segundo o delegado Ranan Balbino existe, é de Santa Catarina, e o celular do falso delegado tem o DDD do estado da Paraíba. Por fim, a última mentira dos golpistas era de que a ação contra o pecuarista movida via Conselho Tutelar era da 2ª Vara Criminal de Barueri, em São Paulo, e queriam mais dinheiro da vítima.
Como o pecuarista depositou um TED no valor de R$ 42 mil e complementou o restante por outro depósito de R$ 10 mil e transferência Pix de R$ 2 mil, os golpistas cresceram o olho e exigiram mais R$ 16 mil, para ‘encerrar o inquérito’.
A Polícia Civil informa que os procedimentos relatados nas denúncias dessa natureza são descabidos, e não faz parte do protocolo de ações da polícia e da justiça.
O correto é procurar a polícia antes de efetuar qualquer depósito, sob o risco de não haver possibilidade de recuperar o dinheiro da vítima.
A modalidade de crime ficou conhecida como “golpe dos nudes” e consiste em atrair as vítimas, enviar ou solicitar ‘nudes’ e depois extorqui-las por dinheiro.
Os golpistas utilizam nomes fictícios e imagens reais de mulheres atraentes, atraem homens para uma conversa em aplicativos (como o WhatsApp), e trocam imagens íntimas.
Após os estelionatários adquirem as imagens das vítimas, eles criam uma nova identidade para abordar o sujeito e extorqui-lo.
O novo personagem se passa por delegado de polícia e é encarregado de mentir para a vítima que as mulheres são menores de idade. A partir de então passam a exigir dinheiro para não divulgar as fotos íntimas e as conversas.
Fonte: Notícias Urgentes