Um vídeo viralizou nas redes sociais nos últimos dias, em que um ato heroico de um ribeirinho emocionou muita gente. O homem aparece tentando salvar um boto encalhado no Rio Madeira, no Amazonas. Na cena, registrada por outro homem, é possível ver o momento em que ele, com o boto nos braços, corre com o animal em direção à parte mais cheia do rio.
De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a situação dos rios Madeira, em Rondônia e no Amazonas, e o rio Purus, no Acre e no Amazonas, é critica. A seca severa que toma conta da região tem causado drásticas quedas nos níveis dos rios.
O Rio Madeira bateu em julho uma sequência de recordes de seca para o período, com níveis mínimos históricos. O monitoramento passou a ser feito pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), há 57 anos. A estiagem é o principal motivo dos baixos níveis do rio que corta Porto Velho, que está há mais de dois meses sem chuva significativa. Em todo o mês de julho, a capital de Rondônia teve apenas um dia com chuva, acumulando 3,4 mm, uma medição muito baixa. As informações são do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Ainda no vídeo, o ribeirinho e seu amigo, após encontrarem um trecho ainda com água, devolveram o boto ao rio. Ao longo da travessia, a gravação mostra uma grande parte do rio com ilhas de areia e secas.
Em 2023, centenas de botos e tucuxis morreram durante a seca histórica no Amazonas. Ao todo, 141 botos e 30 tucuxis não resistiram às altas temperaturas. Na época, segundo os pesquisadores, a temperatura da água chegou a 40 °C no dia de pico de mortes, em 29 de setembro.
Seca na Amazônia: com baixa histórica, rio Madeira tem pior julho em 60 anos.
Foto: reprodução / Rede Amazônica
Em Porto Velho, conforme o boletim, o rio Madeira registra 231 centímetros. Em Humaitá há uma descida diária de 4 centímetros, com cotas baixas para época
