Empresária presa por exploração infantil em RO postava vídeos do filho trabalhando no semáforo: 'Meu guerreiro'



A empresária e produtora de eventos, presa nesta quarta-feira (27), por suspeita de explorar crianças para a venda de doces em Porto Velho, postava vídeos do filho trabalhando nos semáforos. Segundo a polícia, as crianças trabalhavam em todos os horários.

Em um vídeo publicado pela empresária, é possível ver o momento em que o filho carrega uma caixa de doces durante a noite. Nas legendas das postagens, a investigada usava frases motivacionais para incentivar a ação: 'meu guerreiro'.

Segundo a delegada da Polícia Civil, Cheila Bertoglio, quatro crianças foram resgatadas e uma delas não está frequentando a escola. As vítimas foram encontradas em condições insalubres, no local onde eram preparados os doces.

“Roupas sujas, espalhadas, molhadas, não tinha organização. Inclusive, uma não estava vestida, tinha até dificuldade para encontrar uma roupa limpa para se vestir”, disse a delegada.

No local, também foi encontrado um caderno de anotações com a quantidade de vendas feitas pela empresa. Segundo a polícia, as vítimas eram punidas caso as metas estabelecidas não fossem cumpridas.

“Nós encontramos um caderno, com toda a contabilidade que ela realizava. As crianças tinham metas para cumprir com a venda do bolo de pote nos semáforos. Bem precária a situação”, informou a delegada.

A Polícia Civil informou que o caso continuará sendo investigado para identificar se as vítimas sofreram agressões ou abusos sexuais.

O g1 entrou em contato com a investigada, mas até a última atualização desta reportagem não obteve retorno.

Entenda o caso

Uma mulher foi presa nesta quarta-feira (27) por suspeita de explorar crianças para venda de doces em Porto Velho, além de punir as vítimas caso as metas estabelecidas não fossem cumpridas. Quatro vítimas foram resgatas dentro da residência da empresária.

Segundo o Ministério Público de Rondônia (MP-RO), as crianças têm entre 9 e 12 anos. Duas delas são filhas da investigada, enquanto as outras pertencem são de uma terceira. Elas viviam em situação insalubre: roupas sujas espalhadas e colchões no chão.

A suspeita divulgava os produtos nas redes sociais e fazia o próprio negócio crescer às custas do trabalho infantil. Em um caderno, ela anotava as metas que cada criança deveria cumprir. Caso os valores não fossem alcançados, as crianças precisavam arcar com os prejuízos.

A mulher é conhecida por promover eventos de pequeno e grande portes em Rondônia. Presa, ela pode responder pelo crime de exploração de menores e outras acusações relacionadas.

O caso foi investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca) como exploração do trabalho infantil. Além da prisão, foi cumprido um mandado de busca e apreensão contra a suspeita.



Fonte: G1