O secretário afastado da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), Lourival Junior de Araújo Lopes, conhecido como Júnior Lopes, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (13) durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Porto Velho.
Júnior Lopes, que também é ex-jogador de futebol, e outros servidores públicos são investigados por fraude e falsidade ideológica em contratos públicos. Segundo as investigações, houve direcionamento na escolha da associação que organizou vários eventos sob o comando do secretário afastado, entre eles a Expovel 2023.
Segundo o Ministério Público de Rondônia (MP-RO), a prisão foi necessária porque foi constatado que os investigados e pessoas próximas a eles tiveram acesso a informações privilegiadas e começaram a agir para alterar e destruir provas. Além disso, novas buscas e apreensões foram realizadas, e servidores públicos foram afastados.
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) aponta que a entidade beneficiada não tinha capacidade técnica ou legal para receber recursos públicos. O contrato foi avaliado em R$ 9 milhões. Durante a primeira fase da operação, uma servidora do estado também foi afastada. O g1 tenta contato com a defesa de Júnior Lopes.
O g1 também entrou em contato com o Governo de Rondônia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Entenda o caso
Segundo as investigações, houve direcionamento na escolha da associação escolhida para a organização da Expovel 2023, por meio da Secretaria da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel). Constatou-se que a entidade beneficiada não possuía capacidade técnica ou legal para receber recursos públicos. O contrato foi avaliado em R$ 9 milhões.
O presidente da associação teria usado o evento para beneficiar as próprias empresas. Além disso, era cobrada a entrada em camarotes que deveriam ser de acesso gratuito à população.
Na 13ª edição da Expovel, em 2024, outra entidade sem fins lucrativos foi contratada. O presidente era uma pessoa próxima a um agente do Estado. Nesse caso, foi constatado um superfaturamento no pagamentos das atrações artísticas, avaliados em R$ 4 milhões. Também foram identificadas irregularidades similares às da edição anterior, como a cobrança de camarotes.
Um dos contratos foi avaliado em R$ 9 milhões; no segundo contrato houve um superfaturamento em showas que custavam R$ 4 milhões. Na primeira fase da operação do Gaeco foram cumpridas medidas judiciais como:
busca e apreensão domiciliar e veicular,
suspensão de repasses da (Sejucel) às entidades envolvidas
afastamento de um secretário de Estado e de uma servidora pública por 90 dias, com proibição de acesso às instalações do órgão público e contato com testemunhas.